Entre uma chuva e outra

Foggy Seattle, por Great Beyond

Foggy Seattle, por Great Beyond

Se existe uma grande verdade sobre Seattle é que aqui chove, chove, e chove de novo. Aí dá uma parada, você acha que dá pra ir rapidinho até o mercado, e a chuva te surpreende na volta, quando você está carregando um monte de sacolas. E nessa você aprende que, não importa o quanto o tempo pareça estável, nunca se deve sair desprevenido.

Pelo menos é uma chuva daquelas fininhas, não uma dessas tempestades de verão do Brasil. Tanto que tem gente que sai na maior, tomando chuva como se não fosse nada. A maioria das pessoas usa uma capa, ou um casaco impermeável, e se dá por satisfeita. Eu ainda estou na fase de usar sombrinha mesmo.

Agora estamos nessa tal dessa primavera, que eu acho que é tipo o inverno de Salvador, só um nome que usam pra tentar vender uma coleção nova de roupas. As lojas aqui estão totalmente fora de realidade, escondendo os casacos lá no fundo e fazendo estardalhaço sobre blusinhas, vestidos, shorts, etc. Enquanto isso, o frio comendo solto e a chuva ajudando a congelar os ossos.

E o pior é que toda vez em que eu vou numa loja comprar itens necessários eu acabo levando alguma dessas coisas que eu só vou conseguir usar quando voltar pra Belo Horizonte.

Pra ajudar a aguentar as baixas temperaturas de sempre (se bem que essa semana tá até “quentinho”, variando entre 12 e 6° C) a cidade tem muitos cafés. Praticamente um a cada esquina, Starbucks ou algum da própria região. O problema é que café americano em geral é só uma água suja que eles servem em copos imensos. Eu já não tomava daqueles puros no Brasil, mas sempre gostei de capuccinos, ou os com creme, com sorvete, conhaque, calda etc.

A cena é de "O Diabo veste Prada", mas é um retrato daqui também: café em uma mão e smartfone na outra.

A cena é de “O Diabo veste Prada”, mas é um retrato daqui também: café em uma mão e smartfone na outra.

Aqui você pode pedir o mais requintado que tiver, sério mesmo, o que parece ter mais ingredientes na foto, que vai vir exatamente com o mesmo gosto do normal, sem nada de mais. E você ainda tem que ter cuidado de pedir sempre o menor de todos, ou eles vão acabar te trazendo um balde. Passei a pedir chocolate quente, que é gostoso na maioria dos lugares, exceto no Starbucks. Eu não consigo entender como eles conseguem gerar tanta histeria.

Eu ouvi dizer que existe mesmo um verão aqui em Seattle, que ele chega no fim de julho e dura mais ou menos um mês. Parece que a população fica eufórica e desequilibrada nesse período, e tem até uma corrida de bicicleta com gente pelada no Solstício de Verão, mas disso eu falo depois. Só espero que não seja como nas piadas que eu li num desses guias de viagem:

P-” O que as pessoas de Seattle fazem no verão?”

R-“Se cair num domingo, elas fazem piquenique”

P-(Visitante para garoto local) “Em algum momento para de chover nessa cidade?”

R-“Como eu posso saber? Só tenho seis anos”

Seasons of Seattle comicistic.tumblr.com

Seasons of Seattle, Comicistic

Sobre Camila Freire

Humorista amadora e desistente profissional Além de um blog tenho também uma newsletter sobre luto, doenças, família, sofrimento, redenção, bolo de chocolate e eu rindo de tudo isso. Com gifs. https://www.getrevue.co/profile/tempopracontar

Um pensamento sobre “Entre uma chuva e outra

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